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Ataques paralisam metade da produção. Petróleo sobe mais de 10%

Ataques paralisam metade da produção. Petróleo sobe mais de 10%

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Ataques paralisam metade da produção. Petróleo sobe mais de 10%

(CC0/PD) Pixabay
Os ataques deste sábado às instalações petrolíferas na Arábia Saudita paralisaram metade de produção de petróleo do país que é um dos maiores produtores a nível mundial.

Segundo a Saudi Aramco, os dez drones explosivos, que foram enviados pelo rebeldes iemenitas, atingiram o maior complexo de processamento do mundo, em Abqaiq, bem como o segundo principal campo petrolífero em Khurais. O ataque perpetrado com drones provocou incêndios nas instalações petrolíferas da Aramco.
Esta ação está a perturbar a produção saudita, com um corte de 5,7 milhões de barris diários, situação que deverá prolongar-se por 48 horas. A petrolífera saudita conta usar os stocks para evitar uma rutura no abastecimento ao mercado mundial de petróleo, mas os analistas admitem que os preços podem subir – não pelo efeito direto deste ataque, mas pela demonstração de como as instalações petrolíferas do país estão vulneráveis a ataques externos.
Ainda que tenha existido uma “cooperação inteligente” com pessoas dentro do país, de acordo com a agência de notícias Saba, controlada pelos rebeldes do Iémen que reivindicaram o ataque.

Os rebeldes Houthi, com o alegado apoio do Irão, fizeram dezenas de ataques no último ano, com recurso a drones. Os Huthisreivindicam regularmente lançamentos de mísseis com drones contra alvos sauditas e afirmam que agem como represália contra os ataques aéreos da coligação militar liderada pela Arábia Saudita, que intervém no Iémen em guerra desde 2015.
O jornal britânico The Guardian destaca a ação como a maior e mais bem sucedida ofensiva, apontando ainda para o nível elevado de sofisticação dos dispositivos usados.
O local atingido é descrito como o coração da indústria petrolífera saudita, como nota Robert McNally, responsável da Rapidan Energy Group. “Abqaiq é a instalação a mais crítica no circuito mundial de abastecimento de petróleo. Os preços vão saltar. Se a interrupção da produção se prolongar, uma libertação de reservas estratégicas por parte da Agência de Energia parece provável e sensata. No mínimo, o risco de uma escalada nas tensões regionais será suficiente para puxar os preços do petróleo ainda mais para cima.”
A aumentar ainda mais a tensão estão as acusações dos EUA de que o Irão está por trás da cerca de uma centena de ataques a território saudita, feitas através da conta de Twitter do secretário de Estado Mike Pompeo.

Tehran is behind nearly 100 attacks on Saudi Arabia while Rouhani and Zarif pretend to engage in diplomacy. Amid all the calls for de-escalation, Iran has now launched an unprecedented attack on the world’s energy supply. There is no evidence the attacks came from Yemen.
— Secretary Pompeo (@SecPompeo) September 14, 2019

As autoridades iranianas já desmentiram o envolvimento no incidente. O chefe da diplomacia iraniana acusou mesmo Pompeo de se ter voltado para o “engano máximo” depois de ter falhado na “pressão máxima”.
“Os EUA e os seus clientes estão presos no Iémen por causa da ilusão de que a superioridade das armas levará à vitória militar”, acrescentou Zarif no Twitter. E rematou, dizendo: “Culpar o Irão não vai acabar com o desastre. Aceitar a nossa proposta de 15 de abril para acabar com a guerra e começar as negociações, talvez.”

Having failed at “max pressure”, @SecPompeo‘s turning to “max deceit”
US & its clients are stuck in Yemen because of illusion that weapon superiority will lead to military victory.
Blaming Iran won’t end disaster. Accepting our April ’15 proposal to end war & begin talks may.
— Javad Zarif (@JZarif) September 15, 2019

Em maio do ano passado, Washington retirou-se unilateralmente do acordo nuclear, assinado há quatro anos pelo Irão, Alemanha, China, EUA, França, Reino Unido, Rússia e União Europeia (UE), que aliviava Teerão das sanções internacionais em troca de restrições ao seu programa nuclear. Ao retirar-se, Washington reintroduziu sanções numa campanha de “pressão máxima” sobre Teerão.
O regime iraniano tem insistido que quer salvar o acordo mas que os demais signatários, em particular a Europa, terão de fornecer apoio económico adicional. Contudo, no início de setembro, arrancou a terceira fase do incumprimento iraniano dos compromissos assumidos no acordo de 2015.
Zarif informou oficialmente a alta representante da UE para a política externa e segurança, Federica Mogherini, que Teerão agia em resposta ao “falhanço dos países europeus” em defender o acordo num contexto de pressão contínua dos EUA.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, tem liderado as conversações com o Irão, discutindo-se a abertura de uma linha de crédito para Teerão sobreviver às sanções impostas por Washington. Em cima da mesa está ainda a possibilidade de um encontro entre Trump e Rouhani à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas, que decorre entre os dias 17 e 30 em Nova Iorque.
EUA estão “carregados e prontos” para responder
O Presidente dos Estados Unidos também reagiu, dizendo que os norte-americanos estão “carregados e prontos” para responder ao ataque às refinarias sauditas, apontando que, embora pense saber quem é o “culpado”, vai aguardar por uma confirmação de Riade.
“As refinarias de petróleo da Arábia Saudita foram atacadas. Há razões para pensar que conhecemos o culpado, estamos carregados e prontos, com verificação pendente, mas estamos a aguardar por notícias do reino [saudita] sobre quem eles acreditam que foi a causa desse ataque e em que termos vamos prosseguir!”, escreveu no domingo à noite Donald Trump, na sua conta do Twitter.
Horas antes, Trump autorizou o recurso às reservas de petróleo, “caso seja necessário”, para estabilizar os mercados de energia após o ataque às instalações da Arábia Saudita. Segundo o Presidente, apenas a autorização poderia ajudar a evitar um aumento nos preços do petróleo, após o ataque ter levado à suspensão de mais de 5% da produção diária de petróleo bruto do mundo.
Neste domingo, um barril de petróleo Brent foi negociado a 70,98 dólares em Nova Iorque, um aumento de 18% em relação a sexta-feira, quando estava a ser negociado por 60,15 dólares.
Já esta segunda-feira, os preços do barril de petróleo subiram na abertura dos mercados asiáticos, mais de 10%. Por volta da 02h00 em Lisboa, nas trocas eletrónicas no continente asiático, o preço do barril de petróleo do Texas (WTI), de referência norte-americana, subiu 9,81%, para 60,23 dólares e o crude do mar do Norte, referência europeia, subiu 11,04%, para 66,87 dólares.
“As tensões no Médio Oriente estão a subir rapidamente, o que significa que este caso [subida do preço do petróleo] continuará a ecoar durante semana”, disse à AFP, o analista Jeffrey Halley, da financeira OANDA.
A Arábia Saudita é o segundo maior produtor de petróleo do mundo, ultrapassada apenas pelos EUA, mas como os norte-americanos são também os principais consumidores, os sauditas assumem o papel de principal exportador de crude.




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