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Recuperação só em 2022, disse Vestager. Leão quer aprovação rápida dos planos para a UE

Recuperação só em 2022, disse Vestager. Leão quer aprovação rápida dos planos para a UE

NOTÍCIAS FINANCEIRAS

Recuperação só em 2022, disse Vestager. Leão quer aprovação rápida dos planos para a UE

EPP / FlickrA vice-presidente executiva da Comissão Europeia, Margrethe Vestager
A vice-presidente executiva da Comissão Europeia, Margrethe Vestager, afirmou que a recuperação europeia só será “sentida como tal” em 2022, mas que no outono já poderão ser visíveis alguns sinais, caso a vacinação contra a covid-19 seja bem sucedida.

“Se tivermos muitas vacinas rapidamente e pudermos de facto vacinar, então, claro que as coisas vão melhorar durante o outono e vamos sentir isso verdadeiramente em 2022″, indicou, em entrevista à Rádio Renascença, divulgada esta terça-feira.
Vestager destaca a importância do digital na recuperação, que vai representar pelo menos 20% dos fundos de recuperação atribuídos aos Estados-membros. Quanto ao 5G, disse que o atraso no lançamento deve-se à “desaceleração dos leilões” e à pandemia. “Esse tipo de investimento providenciará o tipo de atividade que estamos a pedir”, frisou.
Já o ministro das Finanças, João Leão, sublinhou esta terça-feira a importância de uma “aprovação rápida e sem problemas” dos planos de recuperação dos Estados-membros da União Europeia (UE), para que o Fundo de Recuperação comece a “ter impacto na economia real”, avançou a agência Lusa.

Leão falava à partida para a primeira reunião de ministros das Finanças da UE (Conselho Ecofin) a que preside no quadro da presidência portuguesa da UE, que decorre por videoconferência, com o ministro de Estado e das Finanças a dirigir os trabalhos em confinamento domiciliário, depois de ter acusado positivo à covid-19 no sábado.
“Hoje temos a nossa primeira reunião do Ecofin sob a presidência portuguesa da UE. É com grande sentido de responsabilidade que iniciamos a nossa presidência em tempos tão desafiantes”, começou por referir, numa mensagem-vídeo.
O ministro comentou que o “último ano ficou marcado pelo enorme impacto social e económico da pandemia” da covid-19, mas foi “também o ano em que” a UE “implementou uma resposta atempada sem precedentes” e “mostrou um grande sentido de unidade e solidariedade ao tomar o passo sem precedentes de aprovar o ‘NextGenerationEU’”, o instrumento de 750 mil milhões de euros para ajudar a reerguer a economia europeia.
“E agora é a altura de o implementar, para impulsionar uma recuperação económica forte e rápida. É altura de proporcionar uma recuperação justa, verde e digital. Este é o lema da presidência portuguesa”, afirmou.
Apontando que, na reunião desta terça-feira, vai apresentar aos seus homólogos europeus as prioridades da presidência portuguesa para os próximos seis meses, João Leão adiantou desde logo que “no centro de todos os esforços” estará o trabalho de “preparar o terreno para uma recuperação económica robusta”.
Nuno Fox / LusaO ministro das Finanças, João Leão
“O instrumento de recuperação e resiliência representa uma ferramenta-chave para fazer arrancar a economia europeia. Uma aprovação rápida e sem problemas dos planos individuais dos Estados-membros pelo Ecofin é muito importante para o ‘NextGenerationEU’ começar a ter impacto na economia real”.
A reunião desta terça-feira, continuou, proporcionará “uma troca de pontos de vista sobre este importante assunto e uma discussão sobre os próximos passos para a implementação dos planos de recuperação e resiliência”.
A anteceder a reunião do Ecofin, e como é habitual, realizou-se na véspera um encontro informal de ministros das Finanças da zona euro, tendo no final o presidente do Eurogrupo, Paschal Donohoe, sublinhado também que vai “trabalhar de perto com o ministro João Leão ao longo da presidência portuguesa” no processo de aprovação dos planos nacionais de recuperação económica da crise da covid-19.
No final de uma videoconferência do fórum informal de ministros das Finanças da zona euro (Eurogrupo), o dirigente irlandês apontou que a Comissão Europeia deu conta dos mais recentes desenvolvimentos no processo de apresentação e negociação com os Estados-membros dos planos nacionais de recuperação e resiliência, que os 27 devem apresentar a Bruxelas e que têm de ser aprovados pelo Conselho Ecofin para que tenham início os desembolsos do novo Fundo de Recuperação de 750 mil milhões de euros.
“Amanhã [hoje, terça-feira], o [Conselho] Ecofin também vai ter uma discussão focada no processo para implementar o instrumento de recuperação e resiliência e eu vou trabalhar de perto com o ministro João Leão ao longo da presidência portuguesa nesta questão, dado ambos considerarmos esta uma prioridade de topo”, declarou Donohoe, indicando que o trabalho conjunto é ainda mais importante dado que “pôr em prática estes planos é um exercício sem precedentes”.
Por seu lado, o comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni, enfatizou a necessidade de cumprir o mais rapidamente todas as etapas que ainda faltam completar no processo com vista à efetiva implementação do plano de recuperação da economia europeia.
Gentiloni explicou que, “uma vez que o regulamento do instrumento de recuperação e resiliência entre em vigor, o que acontecerá na segunda quinzena de fevereiro, os Estados-membros poderão submeter formalmente os seus planos à Comissão”.
“Trabalharemos então para avaliar e aprovar cada plano no espaço de dois meses, tendo o Conselho um mês adicional para adotar a decisão final de implementação para cada plano. É um calendário apertado. Mas como estamos numa fase muito avançada das discussões com muitos países, é exequível”, disse, lembrando que muitos países atenderam ao pedido de Bruxelas de enviarem desde outubro passado esboços dos seus planos.
Leão preside esta terça-feira pela primeira vez ao Conselho de ministros da Ecofin, confinado e desde Lisboa, após ter testado positivo à covid-19. Embora a reunião seja por videoconferência, devido à situação epidemiológica grave na Europa, tinha previsto presidir ao seu primeiro Conselho ministerial da presidência portuguesa da UE a partir de Bruxelas.


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