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Poupanças aplicadas pelos portugueses duplicaram na pandemia

Cerca de 40% do investimento estrangeiro é "capital fantasma" para evitar impostos

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Poupanças aplicadas pelos portugueses duplicaram na pandemia

(CC0/PD) Pexels
O dinheiro aplicado pelos portugueses em depósitos, fundos e certificados desde março de 2020 – altura em que se iniciou a pandemia – chegou aos 22.736 milhões de euros em junho deste ano, um valor que fica 118%, ou 12.286 milhões, acima do mesmo período de 2018/2019.

Segundo o jornal Público trata-se de uma poupança forçada pelo confinamento, mesmo perante uma crise provocada pela covid-19 que deixou uma enorme incerteza e que diminuiu o rendimento dos portugueses.
Perante este cenário, houve quem conseguisse poupar e os depósitos estiveram no topo das preferências, com valores a chegarem aos 18.053 milhões de euros nos meses em análise.
Contas feitas, houve uma subida de 9361 milhões face ao mesmo período de 2018/2019, o que se traduz em 76% do total da poupança extra.

Ao Público, Pedro Bação, professor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, destaca que a primazia dada à questão da liquidez, num “clima de grande incerteza” e com “rendibilidades relativamente baixas dos ativos alternativos aos depósitos à ordem”.
Ainda assim, Paulo Rosa, economista chefe do Banco Carregosa, refere que “uma boa parte da poupança extra concentrou-se nas famílias de maiores rendimentos e a subscrição de fundos de investimento está mais associada a estes agregados de rendimentos mais elevados
Por outro lado, diz Paulo Rosa, “os investidores portugueses ainda estão muito apreensivos e recuperam gradualmente o seu apetite pelo risco”.
Olhando apenas para o mês de abril de 2020, aquele em que se registou o maior nível de confinamento em Portugal, houve depósitos no valor de 2039 milhões de euros, praticamente quatro vezes mais do que no mesmo período de 2019.
No sentido inverso, em março foram retirados de fundos ligados a obrigações, imobiliário e ações 1256 milhões de euros, segundo dados revelados pelo Banco de Portugal.
Esse valor acabou mais tarde por ser recuperado, tendo em conta que até ao final do ano houve uma diferença de 3359 milhões de euros face aos montantes aplicados entre março de 2018 e junho de 2019, que não foram além dos 121 milhões.
ZAP //


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