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El Dorado português: Nem pandemia, nem imposto afastam reformados

El Dorado português: Nem pandemia, nem imposto afastam reformados

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El Dorado português: Nem pandemia, nem imposto afastam reformados

terrellcwoods / Flickr
Apesar da pandemia e de uma nova taxa fiscal de 10%, Portugal continua a ser um destino desejado por reformados estrangeiros, nomeadamente pelos franceses que estão de olho na descida nos preços das casas e no fim da crise sanitária para poderem instalar-se por cá.

Os benefícios fiscais e a qualidade de vida continuam a seduzir os reformados estrangeiros para terminarem os seus dias em Portugal. O Eldorado português está, assim, para durar nos próximos tempos, acreditam especialistas do sector.
Nem a recente mudança na política fiscal em Portugal, com o fim da isenção de impostos, durante 10 anos, para os reformados estrangeiros que se instalassem no nosso país, alterou o interesse.
A Lei que permitia às pessoas com o estatuto de Residente Não Habitual (RNH) terem as suas reformas, recebidas de outros países, isentas de impostos durante 10 anos foi revogada. A medida permitiu atrair milhares de reformados nos últimos anos.

Mas a partir de Março de 2021, será aplicada uma taxa de 10% sobre os rendimentos de quem tenha o estatuto de RNH. A medida abrange todos aqueles que chegarem de novo e os que chegaram a Portugal a partir de 1 de Dezembro de 2019.
Impostos são só “a cereja no topo do bolo”
O anúncio do novo imposto teve “um efeito de choque”, mas os efeitos “são limitados”, acredita Cécile Gonçalves, fundadora da agência Maison au Portugal que acompanha franceses que desejam instalar-se no nosso país há cerca de três décadas.
Em declarações ao Le Figaro, Cécile Gonçalves refere que “a maioria” dos reformados que se instalam em Portugal pagam impostos “muito superiores” nos seus países e, por isso, “continua a ser interessante” residir por cá.
“10% continua a ser uma taxa competitiva”, analisa ainda Cécile Gonçalves em declarações divulgadas pelo Le Télégramme.
Mas esta responsável destaca que a fiscalidade é só “a cereja no topo do bolo”. “O grande ganho na instalação em Portugal encontra-se do lado do custo de vida, 27% inferior em comparação com a França”, por exemplo, constata ainda Cécile Gonçalves.
“A fiscalidade é vantajosa, os preços doces e a meteorologia mais clemente“, destaca ainda o Le Figaro, reforçando que apesar de um novo confinamento devido aos elevados números de novas infecções de covid-19, “o interesse [dos reformados por Portugal] perdura”.
Isso mesmo confirma Cécile Gonçalves, reforçando que a sua empresa continua “a ter muitos pedidos” e que faz “visitas virtuais”.
“Os clientes esperam que a situação sanitária se acalme para voltarem“, aponta ainda.
Entretanto, alguns destes reformados estrangeiros estão atentos ao mercado imobiliário português, onde se espera que haja uma descida de preços neste ano, em consequência da crise pandémica.

 


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