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Central do Pego. Governo acusado de leiloar um bem que não lhe pertence

Central do Pego. Governo acusado de leiloar um bem que não lhe pertence

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Central do Pego. Governo acusado de leiloar um bem que não lhe pertence

António Cotrim / LusaO ministro do Ambiente e Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes
O Governo está a ser acusado de querer leiloar um bem que não lhe pertence. A Trustenergy defende que a Central do Pego lhe pertence.

Em outubro de 2019, o primeiro-ministro anunciou que o Governo estava preparado para encerrar a central termoelétrica do Pego no final de 2021. A central a carvão tem o fecho previsto para novembro.
Os autarcas da região do Médio Tejo apontam o dedo ao Ministério do Ambiente pelo facto de ainda não haver garantia de continuidade na região de um grande centro de produção de energia, gerador de emprego e de rendimento.
Agora, o Ministério do Ambiente e da Ação Climática já disse querer leiloar a Central do Pego.

No entanto, segundo o Público, o presidente executivo da Trustenergy diz que este bem lhe pertence e acusa o Governo de estar a meter-se em assuntos da esfera empresarial.
“Não entendemos a pertinência de o Estado intrometer-se em questões entre acionistas de empresas privadas”, diz José Grácio.
O Governo planeia abrir concurso para o ponto de ligação à rede da Tejo Energia, cujas licenças acabam em novembro. A Trustenergy detém 56% do capital desta central em Abrantes, tendo um plano que passa pela instalação, numa primeira fase, de uma central para queima de biomassa florestal. Numa outra fase, passa para energias renováveis e para metano e hidrogénio verde.
A acionista minoritária, a Endesa, tem um outro plano que também passa pelas energias renováveis, mas que rejeita o aproveitamento da biomassa.
Em maio, Matos Fernandes avançou que o ponto de ligação à rede da Tejo Energia, um “ativo que é público”, seria posto a concurso. Contudo, José Grácio garante que este bem já tem dono.
“O ponto de ligação pertence por direito à Tejo. Afirmamos isso porque temos pareceres jurídicos nesse sentido, mas essencialmente porque em 2007 a Tejo Energia pagou e assumiu custos adicionais para adquirir o ponto de ligação. Isso é factual”, disse o presidente executivo da Trust Energy ao jornal Público.
Grácio acusou o Governo de imiscuir-se em “questões entre acionistas” e relembrou que a sua empresa “tem 56% das ações da Tejo Energia”, ou seja, a maioria do capital.
Daniel Costa, ZAP //


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