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A diferença entre gerir e liderar está na Comunicação – Meios & Publicidade
Diogo Marques dos Santos, director de comunicação da Universidade Europeia, IADE e IPAM
O início de um novo ano acarreta sempre uma dose de expectativa e optimismo relativamente ao futuro, mas na verdade, e apesar de já contarmos com mais de um mês de experiência, ainda não estamos totalmente certos dos desafios que 2021 nos trará em termos de Comunicação.
O que temos visto, e lido, durante estas primeiras semanas do novo ano é absolutamente devastador e tem-nos obrigado a reinventar e a repensar as estratégias idealizadas para um futuro que se imaginou como de grande esperança, de regresso à normalidade e de mudança positiva.
Mas persistem as incógnitas e dúvidas que continuam a ecoar na nossa cabeça. Como será efectivamente 2021? Como será a nossa vida com vacina? Continuaremos a usar máscara? E que papel vai jogar a Comunicação na “nova” normalidade?
Todos sabemos, é certo, que a Comunicação teve um papel preponderante durante este período, que se fez longo, e quase de auxílio, em prol das marcas, dos negócios e dos clientes, mas a verdade é que a tarefa em 2021 não será nem menor nem mais fácil.
Ocorre-me uma frase proferida por Winston Churchill, primeiro-ministro do Reino Unido num dos períodos mais difíceis da História e um comunicador extraordinário, que creio resumirem bem a relevância da Comunicação. Churchill dizia que “The difference between mere management and leadership is communication”. Pegando nestas sábias palavras, será justo dizer que a Comunicação é uma área core dentro de qualquer negócio e é por essa razão que, em momentos difíceis, de crise ou de enorme complexidade, o seu envolvimento, e em muitos casos a sua liderança, é fundamental.
Neste sentido, a Comunicação, que deverá ser mais estratégica do que nunca, deverá assumir as rédeas da situação e trabalhar, conjuntamente com os demais departamentos/áreas da organização, por forma a encontrar novas oportunidades e solucções.
Será através das suas muitas ferramentas online, cujo contributo não deve ser menosprezado e para as quais as empresas devem ter uma estratégia bem definida, e offline, que ganharão um novo fôlego, que conseguiremos voltar a atrair os clientes, ousar relançar e criar novos negócios, atrair investimento, diminuir a incerteza e, sobretudo, passar a mensagem de confiança e de tranquilidade que todos ansiamos ouvir.
Veremos campanhas que continuam influenciadas pela covid-19 (como não?), mas com um tom de esperança, normalidade e futuro, diferentes, por exemplo, das de Natal onde a família, a superação, a solidariedade e união foram as protagonistas.
Não obstante, 2021 também será um ano de reflexão. Deveremos olhar para tudo o que foi realizado em 2020 e ver onde podemos melhorar. Indispensável será recordar que nenhuma nação ou corporação estava preparada para afrontar os desafios que nos obrigaram a mudar tudo, mas que mesmo em tempos difíceis, foram desenvolvidos projectos, ferramentas e relações, à distância, que não devem desaparecer nem ser olvidadas num futuro melhor.
A nossa capacidade de adaptação a esta vivência, tão única, revelou que somos mais fortes do que pensaríamos, mais criativos do que imaginaríamos, e mais perseverantes do que alguma vez fomos. Tudo o que vivemos em 2020 são aprendizagens para talhar o caminho, ainda incerto, de 2021 e dos anos subsequentes.
Teremos de nos adaptar a quem continuará, com imenso êxito, a desenvolver o seu trabalho à distância, mas também para quem, diariamente, tem de o fazer de forma presencial. Temos de nos moldar àquele público que se habitou, por medo ou comodidade, a comprar online, mas também recuperar o serviço de excelência, em algumas lojas e negócios perdidos há muito, para atrair, de novo, os seus clientes. Em todos estes processos, uma Comunicação articulada, bem pensada e executada será importante, recomendada e imperiosa.
*Por Diogo Marques dos Santos, diretor de Comunicação da Universidade Europeia, IADE e IPAM